sexta-feira, 8 de julho de 2011




Helena Nilo, Rua do Alecrim, 2010



PEDRA-POEMA PARA HENRY MOORE

Um homem pode amar uma pedra
uma pedra amada por um homem não é uma pedra
mas uma pedra amada por um homem

O amor não pode modificar uma pedra
uma pedra é um objecto duro e inanimado
uma pedra é uma pedra e pronto

Um homem pode amar o espaço sagrado que vai de um homem a uma pedra
uma pedra onde comece qualquer coisa ou acabe
onde pouse a cabeça por uma noite
ou sobre a qual edifique uma escada para o alto

Uma pedra é uma pedra
(não pode o amor modificá-la nem o ódio)

Mas se a um homem lhe der para amar uma pedra
não seja uma pedra e mais nada
mas uma pedra amada por um homem

Ame o homem a pedra
e pronto.

Emanuel Félix

Erik Satie Gnossienne N°1 - Alexandre Tharaud

Paul Klee


Individuality
Individuality?
is not of the substance of elements.
It is an organism, indivisibly
occupied
by elementary objects of a divergent character:
if you
were to attempt division, these parts
would die.
 
Myself,
for instance: an entire dramatic company.
 
Enter an ancestor, prophetic;
enter a hero, brutal
a rake, alcoholic, to argue
with a learned professor.
A lyrical beauty, rolling her eyes
heavenward, a case
of chronic infatuation --
enter a heavy father,
to take care of that.
enter a liberal uncle -- to arbitrate. . . .
Aunt Chatterbox gossiping in a corner.
Chambermaid Lewdie, giggling.
 
And I, watching it all,
astonishment in my eyes.
Poised, in my left hand
a sharpened pencil.
 
A pregnant woman!, a mother
is planning
her entrance--
Shushhh! you
don't belong here
you
are divisible!
She fades.
 
Paul Klee
(Translated by Anselm Hollo)